Esta é uma questão bem técnica. Vamos explicar de maneira intuitiva, evitando fórmulas:
Sim, ampla! A idéia de se construir um aparato matemático para ajudar a tomada de decisões em situações de incerteza inicia-se com von Neumann e Morgenstern em Theory of Games and Economic Behavior, de 1944. Nessa data, os autores introduziram o conceito matemático de função de utilidade esperada, aparato básico para medir os inconvenientes trazidos pela incerteza. Criaram também o conceito de coeficiente de aversão ao risco, podendo diferentes agentes ter atitudes diferentes na mesma situação de risco. Hoje, tais conceitos são corriqueiros em economia e finanças. Para ser preciso, o IGI trabalha com uma função de utilidade esperada dentro da classe CRRA (constant relative risk aversion). Esta é a classe adequada para a comparação de retornos. A lógica do procedimento é a seguinte: apesar do fundo moderado (acima) render em média 10% ao ano, o tomador de decisão percebe benefícios apenas de 9.5%. O benefício é diminuído em função do risco. Do ponto de vista técnico o RaR de um fundo é o seu equivalente certo (certainty equivalent). Ou seja, o retorno errático do fundo moderado chega a um resultado final de 10%. Ele é ajustado ao risco para 9.5%. Se houver disponível um fundo sem risco que também renda 9.5%, o agente estará indiferente entre as duas escolhas.
O principal motivo é que o índice de Sharpe simplesmente não foi concebido para a comparação direta entre fundos. William Sharpe jamais afirma que se o fundo A possui índice (de Sharpe) melhor que o fundo C, deve-se escolher o fundo A no lugar de C. Pode ser que o fundo A seja por demais arriscado para o investidor. Sharpe afirma apenas que há uma escolha entre investir parte no fundo A e o restante em um fundo sem risco, que é melhor que investir no fundo C. Vejamos: Por exemplo, suponha que o ativo sem risco renda 10% no período: